terça-feira, 11 de dezembro de 2007

A ESCOLA DIANTE DO DESAFIO TECNOLÓGICO



As chamadas “tecnologias da informação e da comunicação”, estão adquirindo espaço protagonizantes em nossas vidas. O meio educativo não escapa da voracidade tecnológica.

Quando se pensa nos desafios que a educação deve enfrentar diante das novas tecnologias, aparecem duas questões complementares: por um lado, por serem um novo instrumento didático, as tecnologias da informação podem modificar completamente a forma de ensinar e aprender;a escola do futuro não será igual a de hoje, e uma de suas responsabilidades é de aproveitar as potencionalidades das novas tecnologias.

Porém, não se pode esquecer um aspecto de extrema importância: o necessário envolvimento da escola, em particular, e das políticas educativas em geral, para garantir um acesso democrático às novas tecnologias.

A escola deve criar condições idôneas para que o potencial das novas tecnologias seja capaz de melhorar os processos de ensino e aprendizagem, cuidando para que sejam compensadas as desigualdades que estão sendo criadas às mesmas.

Os computadores estão invadindo as salas de aula e criam, além de muitas expectativas, uma grande quantidade de decepções. Por isso, surgem novos cenários educativos. Apenas o surgimento do computador na sala de aula não é um fator suficiente para modificar os processos de ensino e de aprendizagem.

Apesar da entrada dos computadores na escola, essa parece uma instituição pouco aberta às novas tecnologias. Conforme indica Papert (1995, p. 15-16): “Vamos imaginar um grupo de viajantes do tempo vindos do passado, entre eles há um grupo de cirurgiões e um grupo de professores, todos ansiosos por conhecer o quanto sua profissão mudou nos últimos cem ou mais anos. Vamos imaginar a surpresa dos cirurgiões ao se encontrarem na sala de cirurgia de um hospital moderno.[...] Os professores do passado, ao contrário, reagiriam de maneira bem diferente diante de uma aula de uma escola moderna. Possivelmente se sentiriam confusos pela presença de alguns objetos, talvez percebessem mudanças na aplicação de certas técnicas-e certamente não haveria acordo entre eles sobre se a mudança foi para o bem ou para o mal-, mas é certo que todos compreenderiam perfeitamente a finalidade do que estava sendo realizado e seriam capazes de assumir a aula”.

Devido à lentidão com que a escola modifica seus cenários educativos é difícil funda mentar em experiências concretas as mudanças educacionais ligadas à integração das novas tecnologias.

A educação tem de ser fator de mudança e de igualdade e tanto a democratização do acesso às novas tecnologias como a melhoria da qualidade dos conteúdos informativos, ou a ajuda para que realmente passe da informação ao conhecimento, são desafios que a educação deve enfrentar.

O aparecimento de um novo meio simbólico

As novas tecnologias são as vezes denominadas de “sociedade da informação” e até mesmo de “sociedade do conhecimento', mas a diferença entre informação e conhecimento pode passar despercebida, mas é crucial, onde a existência da informação não garante o conhecimento, para passar da primeira à segunda, é preciso passar por uma série de processos.

A partir disso, o aparecimento dessas novas tecnologias supõe o aparecimento de um novo meio simbólico com características muito particulares. O hardware e sobretudo o software servem para uma enorme variedade de aplicações.

Algumas das principais características do meio simbólico veiculado pelas novas tecnologias são apontadas: interatividade, dinamismo, mutimeio, armazenamento e transmissão.

A interatividade foi uma das alternativas mais assinaladas pelos autores interessados no potencial das novas tecnologias. Diferentemente dos meios notacionais como a escrita, os desenhos, a matemática, diagramas ou mapas, o meio veiculado pelas novas tecnologias é dinâmico. É possível uma interação em espaço-tempo reais, tem como possibilidade de dar forma co muita precisão a fenômenos complexos, combinados com a facilidade apresentada pela interação que permite em qualquer momento regular e modificar tal processo, abre perspectivas educacionais interessantes que envolvem um novo papel do professor no processo de ensino e de aprendizagem.

*Professor-novas tecnologias-conteúdo de aprendizagem

A relação que se estabelece enter professores e conteúdos transforma-se também co o surgimento das novas tecnologias. Elas exigem por um lado, um bom conhecimento de suas limitações, de suas possibilidades e de seus usos por parte dos professores; por outro, a seleção dos conteúdos a ser ensinados se modifica, enfim, as formas de avaliação também podem sofrer mudanças significativas.

Os estudos apontam que um dos principais desafios para se conseguir uma integração das novas tecnologias é a formação dos professores. Muitas experiências fracassam ou são interrompidas pela dificuldade dos professores de modificar suas práticas educativas e se integrarem às novas tecnologias. A falta de programas educativos adequados, as dificuldades de utilização, problemas técnicos de manutenção ou a rigidez do planejamento curricular podem ser outros tantos fatores que possibilitam o fracasso das tentativas de integrar as novas tecnologias na escola.

Em geral, as atitudes dos professores diante das novas tecnologias são positivas, embora exista uma clara demanda de formação.

Uma das questões cruciais que surge com o didático uso das novas tecnologias é a seleção dos conteúdos curriculares, onde é necessária a revisão dos mesmos. Também podem significar uma revisão das práticas avaliativas, tornando o trabalho mais individualizado e organizado.

*Professor-novas tecnologias-aluno

Um dos maiores temores gerado pelas novas tecnologias é o desaparecimento do professor. É possível pensar que a relação entre os alunos e as novas tecnologias seja auto-suficiente e que aquilo que normalmente o professor faça em aula possa ser feito pelo computador. Porém a realidade desmente esse temor, pois ao analisar uma aula após uma utilização longa e intensiva do computador, o papel do professor é crucial, como guia de aprendizagem dos alunos.

Assim, a participação do professor junto às novas tecnologias continua seno essencial e muito construtiva, pois a partir da iniciativa dos alunos para a busca de informação
pelas novas tecnologias, as aulas tem como conseqüência se tornarem mais ricas, discutidas por professores e alunos.

*Aluno-novas tecnologias-aluno


Outro dos temores que se associa ao uso generalizados das novas tecnologias é o isolamento dos alunos no processo de ensino e aprendizagem. Impõe-se que a imagem auto-suficiente e de um trabalho individual e pouco compartilhado. A realidade é outra. O computador pelo contrário, fortalece o trabalho colaborativo. Ver o que acontece na tela, colaboração em manipular programas informáticos faz com que o computador seja compartilhado e facilmente discutido pelos alunos. Os trabalhos em grupo, em geral, com o computador têm resultados melhores do que os trabalhos individuais.

A educação à distância tem também aspectos positivos , pois permitem o contato com variados contextos sociais, onde o aluno pode refletir sobre sua própria aprendizagem.

GÓMEZ-GRANELL, Carmen; VILA, Ignacio (orgs). A Cidade como Projeto Educativo. Porto Alegre: Artmed, 2003.

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